A Casa Histórica

A aquisição do edifício onde foi instalado o Museu pela União foi autorizada pelo Decreto Lei n° 9014 de 22/02/1946, que prevê sua utilização como museu para abrigar obras de Victor Meirelles. A casa histórica foi tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 30 de janeiro de 1950 pelo processo 342-T-44, e inaugurada como Museu Victor Meirelles, em 15 de novembro de 1952.

A Casa Histórica apresenta características básicas da arquitetura comercial mais frequente na Nossa Senhora do Desterro do século XIX: andar superior destinado à moradia e o andar térreo destinado ao comércio. A casa preserva elementos característicos da arquitetura da época, como a ausência de recuos nas calçadas, cobertura com telhas cerâmicas tipo capa e canal, beirais em beira-seveira e paredes de pedra, tijolo e estuque (técnica em que uma estrutura de madeira é preenchida com barro) revestidas com reboco de cal.

O imóvel é, também, tombado pela Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF) como Patrimônio Histórico e Artístico do Município de Florianópolis, Decreto Nº 270/86 de 30/12/1986, por ser um dos poucos exemplares remanescentes da arquitetura oitocentista na cidade de Florianópolis; e pelo Decreto Nº 521/89 de 21/12/1989, que  classifica como Categoria P1, para ser totalmente conservado pelo excepcional valor histórico, artístico, arquitetônico ou cultural, os prédio integrantes dos conjuntos históricos tombados pelo Decreto Nº 270/86.

Desde sua inauguração, o Museu passou por várias fases de transformação, tanto estruturais como conceituais, visando adequá-lo técnica, arquitetônica e museologicamente, de forma a abrigar e expor suas coleções e possibilitar a ampliação de seus serviços à sociedade. Em 1985, foi implantado um projeto expográfico, idealizado pelo Sistema Nacional de Museus, visando a proteção das obras em exposição desde 1951, e em 2005 o MVM reformulou esse projeto para ampliar e modernizar os painéis expositivos.

Com a cessão do segundo andar do prédio anexo3 em 1997, pelo Governo do Estado de Santa Catarina (sem comunicação entre os dois edifícios), pode-se instalar uma sala multiuso4 (62,90 m²), a sala de conservação (16,00 m²), a reserva técnica (16,27 m²), parte dos setores técnico e administrativo (13,18m²) e a sala da direção e arquivo do Museu (12,94m²).

Além da ampliação da área do Museu, sempre que possível fez-se uso do Largo Victor Meirelles – situado na Rua Victor Meirelles, fechada ao trânsito de veículos pelo Decreto-Lei municipal nº 3872, de 18 de dezembro de 1992 – como espaço cultural. Neste local o Museu realizou algumas atividades externas para o público.

Em 2002, o Museu recebeu do arquiteto suíço Peter Widmer um Projeto de Revitalização e Ampliação. O projeto foi doado ao Museu após processo promovido pela sua direção de consultas a alguns especialistas e membros da Associação de Amigos do Museu. Após a realização de projetos complementares e o executivo arquitetônico, em 2005, este projeto foi enviado à Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) e aprovado em 2006.

Apenas em dezembro 2015, com a liberação da verba pelo PAC – Cidades Históricas, o Projeto de Restauração e Ampliação do MVM foi aprovado para licitação. As obras foram realizadas com o objetivo de promover a conexão entre o sobrado histórico que abriga o Museu e o edifício adjacente, de três pavimentos, dar acessibilidade e segurança ao público e acervos e ampliar sua área. A intervenção concebida com base em conceitos contemporâneos criou uma identidade arquitetônica própria para o museu, a fim de destacá-lo no espaço urbano onde está inserido. A solução volumétrica e arquitetônica adotada no projeto priorizou três aspectos básicos: primeiro, articular os espaços atualmente fragmentados a partir de uma intervenção capaz de integrar os dois edifícios, inserindo-os em uma atmosfera única, respeitando e ressaltando as características próprias de cada edifício; segundo, promover a plena acessibilidade a todos os espaços do museu com a instalação de um elevador; e, por fim, propor a harmonização com o seu entorno, elevando a condição da área histórica do Centro-Leste da cidade para melhor qualificá-la às finalidades turísticas e culturais, que servirão de âncora para a sua própria revitalização urbana.

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