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Tudo Começa com C, de Bil Lühmann
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Metadados
Nome da exposição
Tudo Começa com C, de Bil Lühmann
Descrição
“Sou uma pessoa que anda mais olhando pro chão do que pra frente. Até descobri uma angulagem que me permite olhar pro chão e pra frente ao mesmo tempo. Assim, continuo com minhas coletas sem parecer deprimido (ou sem ser surpreendido)”. A frase, extraída do Trabalho de Conclusão de Curso do artista Bil Lühmann, é uma pequena pista daquilo que estará sendo mostrado na sua exposição Tudo Começa com C que o Museu Victor Meirelles abre nesta quarta-feira, dia 27 de junho, às 19 horas.
Tanto pela frase acima como pelo título da mostra, Tudo Começa com C, os trabalhos de Lühmann são um convite para que o visitante conheça o universo das coincidências, correlações e conexões propostas pelo artista através dos objetos coletados – e colecionados – por ele.
Antes da abertura da mostra, às 18 horas, acontece o tradicional Encontro com o Artista, quando Bil conversará com o público sobre o seu trabalho e sua trajetória artística.
A exposição é constituída por quatro módulos: colas, bilhetes, botões e a publicação de artista intitulada Tudo Começa com C. Os três primeiros módulos são formados por coleções de objetos encontrados ou descartados. São botões de roupas encontrados no chão, pela rua, que foram reunidos e dispostos no espaço expositivo do museu. Em seguida, uma série de pequenos papéis usados como colas em provas de química, física e trigonometria complementam o módulo bilhetes, encerrando o último bloco com a coleção de cerca de 200 bilhetes recolhidos ao longo dos anos, incluindo avisos, recados e listas diversas.
Não há uma data certa de quando o artista começou a juntar objetos com o objetivo de iniciar essas coleções. Mas por volta de 2006 Bil começa a guardar bilhetes que encontra, pensando em memórias paralelas ou perdidas, sendo que o ele só volta a mexer nessa coleção cinco anos mais tarde.
O quarto trabalho, que dá título à exposição, é a publicação de artista Tudo Começa com C. Nela o artista reúne uma série de desenhos e anotações, a maioria de dimensões reduzidas, que registram o processo de coletar, colecionar e classificar objetos. Além de comentar as coleções de bilhetes e botões, tem também um inventário das casas onde o artista já morou, das pessoas que conheceu, as coincidências numéricas, além de anotações sobre objetos, filmes e leituras diversas.
Há ainda as coleções que não foram selecionadas para a exposição do Museu Victor Meirelles, sobre as quais Bil menciona: “Coleciono chaves encontradas na rua. Tenho cerca de 50 chaves. Também acabei ficando com uma coleção de band-aid’s, que era do meu irmão. Quando pequeno tive coleção de figurinhas, latas de bebidas, maços de cigarro e pontas quebradas de lápis de cor. Junto muitas coisas que encontro, independente de serem artigos de coleção”.
Formado em Artes Plásticas pela Universidade do Estado de Santa Catarina, em 2011, Bil Lühmann já mostrava seus trabalhos pelo país afora, antes mesmo de concluir o curso de graduação. Entre as suas participações em mostras coletivas estão a Feira de Publicações, na Galeria Vermelho, em São Paulo; a Mostra de Vídeo Desvenda, que esteve em Porto Alegre e Recife; Faça Algo Errado, no Museu de Arte de Joinville e a Mostra Até 1/2 Quilo, que foi montada em Salvador, Goiás, Londrina, João Pessoa e também no Badesc, em Florianópolis.
Com Tudo Começa com C, Lühmann faz a sua primeira exposição individual da carreira.
“Quanto à escolha dos objetos, comecei com os botões, por exemplo, quando encontrei um na rua e fiquei pensando qual tinha sido o caminho que aquele botão já tinha percorrido, quem tinha sido dono dele, pra quem ele estava fazendo falta neste momento. Gosto das fabulações que são criadas com o possível passado do objeto,” revela Bil, nos convidando a fabular junto com ele.
Data de abertura
27 de junho de 2012
Data de fechamento
9 de agosto de 2012