Metadados
Nome da exposição
Jandira Lorenz
Descrição
Dona de excepcional técnica, Jandira Lorenz, uma das raras culturas do desenho entre nós, tem como característica de seu trabalho as intricadas tramas de claro-escuro, pacienciosamente obtidas pelo entrecruzar interminável dos traços sutis do bico de pena.
Um arcabouço geometrizante norteia suas composições, conferindo-lhes uma solidez estrutural algo arquitetônica.
Suas cenas múltiplas fundem tempo e espaço, fazendo o espectador perder as noções de começo, meio e fim. Num moto-contínuo, seu teatro de imagens à maneira de Bob Wilson, revela e dilui formas e figuras através das passagens sabiamente orquestradas.
O resultado é arrebatador e imponente. Em sua atual fase é perceptível a influência da gravura em metal e das monitorias às quais a artista dedicou-se no ano anterior. Essas gravuras de grande formato, que compõem parte do expressivo painel exposto permanentemente no Centro de Convivência da UFSC, fizeram a artista introduzir a cor em alguns trabalhos e explorar mais o caráter processual e os efeitos peculiares à técnica da gravura.
Nas texturas raspadas das superfícies dessa série de desenhos, percebe-se a explosão, achegada à superfície de elementos que já vinham insinuando-se há algum tempo em sua obra.
Trabalhando com imagens míticas, arquétipos, animais fantásticos e símbolos de remotas civilizações, arma jogos formais dinâmicos, criando variações que quebram a linearidade do tempo-espaço e evitam os riscos de uma condução narrativa.
Na fluidez luminosa e solta destas obras que remetem à história da arte, à literatura e à riqueza emblemática da heráldica, Jandira conquista um novo patamar em sua brilhante trajetória artística, brindando-nos com uma surpreendente visão plástica de sua busca do tempo eterno.
João Otávio Neves Filho - Membro da ABCA e AICA
Data de abertura
18 de fevereiro de 1998
Data de fechamento
25 de abril de 1998