Descrição
São os nossos tempos: o próprio e o figurado, o analógico e oculto, o próximo e o longínquo, o especulativo e o experimentado. São os lugares de morte, do visível do invisível, do labirinto, do infinitamente divisível, dos retratos de costas.
São os lugares d'A espera, das cadeiras vazias, que convidam ao compartilhamento.
Das lembranças guardadas nas gavetas, umas ao lado das outras, cada uma num lugar, onde se expõe objetos transplantados do mundo comum para o mundo da arte. Um lugar separado de todo o mundo, mesmo da rua, da paisagem, povoado de lembranças e
impregnado pelos cheiros. Onde se guarda o corpo ou se deixa ver suas marcas; se vivencia o despojamento e se expõe a fragilidade.
Do olhar excessivamente exteriorizado para dentro e para trás.
Em Lugares da Memória, porém, não se procura reconstituir, não há histórias com começo, meio e fim. Apenas um lugar tempo repleto de pulos e vazios que se interrompem e que se desdobram, como os porões e os sótãos, onde tudo se guarda, desde os espíritos até as fotografias, lugares de saudade.
Consuelo Schlichta e Marília Diaz