Metadados
Nome da exposição
Das Caixas, de Yara Guasque
Descrição
Yara precisa de água, luz, bichos, sem isso fica doente. Vive em uma casa envidraçada a beira-mar com sua família, cachorros, gatos e os passarinhos e as cobras que a vêm visitar. Suas aquarelas, têmperas e xilogravuras são carregadas de sensorialidade, com imagens da luz espalhando-se pelas folhagens ou desfazendo-se na água em miríades de forma e cor que chegam à abstração. Os textos caleidoscópicos que escreve acompanham os efeitos visuais e remetem, como neste livro, às cenas de Saint-Exupéry, cantigas de infância e lembraças do que foi intensamente vivido. O animal, principalmente o cachorro, é constante no trabalho de Yara, com sinais da sua presença espalhados no entorno - manchas que definem territórios e, por vezes, marcas criando tessituras que prendem o animal ali. Os vazados, que se fazem entrever em jogos de penetrações, levam a contrastes de superficies e matizes, enquanto as caixas, esconderijos de animais e anjos, protegem seus habitantes camuflando-se em cor. Das Caixas é o resultado da habilidade de Yara como gravadora e de seu amor pelos animais. Traz a história de alguns dos bichos que a acompanharam e de cobras que passaram por sua vida, o medo e o fascínio que estas lhe provocaram até descobrir a cobra dentro de si. Trata, enfim, da convivência enrte luzes e sombras, presente em tudo e em cada um de nós. Roberto Cenm. Engenheiro, mestre em artes, produtor cultural do Sesc Pompéia. Outono de 1998.
Data de abertura
24 de junho de 1998
Data de fechamento
16 de agosto de 1998